quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A última postagem do ano

Olá, didizeiros. Estamos perto do fim de mais um ciclo. Dá depressão toda vez que vejo nas lojas esses pisca-piscas do Paraguai. Sinal de que o ano tá acabando e a gente não fez porra nenhuma do que queria. Cada vez mais cedo os desesperados comerciantes põem na rua as luzinhas barangas. Daqui a pouco colocam imediatamente depois da páscoa. Tem coisa mais biscate do que aquele disco de canções natalinas tocadas na harpa? Ou “Então é natal”, com Simone, Ivan Lins e grande elenco? Ou usar branco no ano novo? O show do rei na Globo promete ser especial. Disseram que desta vez ele vai cantar “Emoções” e fazer alguns duetos.
Nem sei como estou escrevendo isso, tão tenso tem estado estes últimos dias. Coração tá quase saindo pela boca. Mas isso é assunto para o que provavelmente será a primeira postagem de 2011. Este blogue não foi muito produtivo em 2010, mas, ironicamente, este foi o ano em que o The Didi’s Abatedourus foi mais (mal) falado na grande imprensa internacional. Uma breve retrospectiva:
Na última virada de ano eu tava achando que ia ser pai. Minha vida teria mudado radicalmente. Isso depois que eu tivesse fugido para outro país. As aventuras da quase paternidade foram contadas naquela que, segundo leitores mais fiéis, foi a melhor crônica escrita por mim. Mas a que custo? Foi o texto em que eu mais havia exposto meus sentimentos e outras intimidades. Até então.
Pensei: O show do Guns será o último luxo ao qual me permitirei. A partir daí, levarei uma vida miserável para poder sustentar o moleque. Afinal, aquela seria uma história para poder contar para ele:
- Seu pai quando tinha a sua idade viu o Guns n’ Roses de perto.
- É mesmo, pai? Você viu o Slash?
- Aaammmmmmm, não era esse Guns.
O show da banda de 20 membros foi no Mineirinho. Em outras palavras: Não ouvi bosta nenhuma. Ainda mais com as pirotecnias que ecoavam no teto do estádio e demovam minutos para dissiparem totalmente. Axl deve ter exigido que se fizesse o show naquele lugar para que ninguém ouvisse quão desafinado ele está. Mas o filminho que passaram no telão era chique pra caramba.
Tivemos Copa do Mundo, evento que deixou como legado as vuvuzelas. Nem me lembre delas. Tudo isso em meio ao caso Bruno. Eliza Samudio em seu filme pornô:
- Me come, cachorro!
Hahahaha. O que mais chamou minha atenção nesse caso foi quando a namorada do Bruno mijou nas calças de medo. Eu não sabia que as pessoas realmente faziam isso. Achava que era apenas força de expressão.
2010 viu a proliferação dos videologs. Criou celebridades internéticas como Felipe Neto e PC Siqueira. Nos primeiros que vi, pensei: “Hum, taí uma forma mais simples e rápida pra eu poder falar minhas paradas”. Se eu tivesse dinheiro para uma câmera digital, teria me arriscado.


Pouco depois tivemos eleições. Não escrevi sobre o assunto porque acho que já tinha falado basicamente tudo dois anos atrás. Desta vez os humoristas foram proibidos de parodiar o horário eleitoral. Não é uma puta falta de sacanagem isso acontecer justo no ano em que o deputado mais votado do Brasil seja o Tiririca? Se eu pudesse, teria votado na Mulher Melão. Ela pode até não saber nada de política, mas já viu o tamanho da bunda dela?
Dilma Rousseff me forçou a fazer algo contra meus princípios: Votar em tucano. Foi eleita apesar de quase não ter mostrado a cara na televisão. Talvez porque não queria ninguém reparando que ela parece o Cauby Peixoto. Nada que tio Lula não resolva. Vou sentir saudade do filho da puta. O cara é biscate. Tomara que eu esteja errado sobre o futuro do Brasil. Geralmente dá merda quando se coloca mulher pra fazer trabalho de homem. Por causa desse tipo de comentário este foi outro ano que passei solteiro.
Numa mesma semana dois fatos inusitados ocorreram: Arranjaram-me um emprego foda num lugar aí. E uma mocinha do passado ressurgiu do nada. Finalmente minha vida tava entrando nos eixos. Às vezes coisas boas acontecem com pessoas boas. Às vezes acontecem comigo. Na semana seguinte:
- Aqui Diogo, o lance da vaga lá não vai rolar mais.
- Olha Diogo, eu tô confusa sobre o que quero da minha vida agora.
Tinha começado a escrever um texto para postar no dia dos namorados. Passou uma semana da data e não tinha nem metade dele pronto. Acabei postando numa época totalmente nada a ver. Acho que foi meu preferido até agora. Pelo menos serviu para mostrar que o blogue voltaria à programação oldschool longe das polêmicas.
Como assim que polêmicas? Por onde você tem andado? Depois de meses continuo recebendo a média de um email malcriado por dia. E acho que isso vai ser eternamente, já que sou o primeiro resultado para “piores bandas de rock” no Google. Agora, como o cara me procura “piores bandas de rock” no Google e não quer passar raiva?
Permita-me mostrar alguns números: Descobri que tinha gente falando de mim num fórum da Uol. 146 comentários. Aqui no blogue 264 comentários. Orkut, 1.152. Uau! Isso sem contar as comunidades de conteúdo reservado. De tempos em tempos dou uma conferida pra ver se ainda tão falando de mim. Vi duas menções ao The Didi’s Abatedourus no Twitter. Pena que não sei usar a parada. Se soubesse usar o Facebook, veria se tem alguém falando de mim lá também. Nem sei como me descobriram.
Teve gente brigando por minha causa. Muahahaha. Recortaram e colaram textos meus, sem dar o devido crédito. Se eu ganhasse dinheiro com isso, teria ficado puto. Nesse meio tempo um fã de rock tentou me hackear e me ameaçou de morte (!). Por algum motivo, muitos disseram que acho My Chemical Romance a melhor banda do mundo. Não sei de onde isso foi tirado. Provavelmente porque ilustrei uma postagem com capas de disco, a deles inclusa.
Nesse mar de hostilidade achei alguns fãs. Alguns me adicionaram no Orkut e no MSN. Lisonjeia-me que pensem que sou alguém gente boa e que queiram ser meus amigos. Se alguma mulher que me adicionou morasse aqui em Belo Horizonte, teria me aproveitado da relação ídolo/fã. Enfim, talvez dessa vez que eu fique rico. Ou quem sabe o Jô Soares me entreviste? A imagem vai ficando embaçada...


- Ele está fazendo sucesso tremendo na internet com o blogue The Didi’s Abatedourus. Conhecido como Tio Didi, eu vou conversar com ele: Diogo Torres. Diogo, vem pra cá.
- Olha Jô, eu sempre quis ser famoso a todo custo. E hoje em dia, para ser famoso, você tem que ter uma idéia original assim como o Felipe Neto e o PC Siqueira. Foi aí que eu tive um clique: Vou fazer uma lista musical. Ninguém jamais fez isso. A gente que é artista tem que ser ousado, Jô.
- Nem sempre...
- Jô, você não é artista. Não entende dessas coisas. Sabia que eu também toco bateria?
- Pode dar uma canja pra gente com o Derico e o Bira?
- Ah não Jô, acho que não devo. Tudo bem, eu toco.
- Eu estive aqui com essa simpatia...
- Aaaaahhhhhhh.
- Também gostei muito. Daqui a pouco a gente volta.
- Agora dá pra largar meu braço, ô gordo filho da puta?

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