As 18 melhores bandas de rock do mundo
Você pediu, Tio Didi atendeu: Aqui está meu conceito de música boa. Enquanto a lista dos piores do rock tinha 180 bandas, esta tem apenas 18. É mais fácil falar mal do que bem. Para mim, quase todas as músicas boas seguem quatro vieses: Os rockões agitadões (melhor representante: Bloodclot – Rancid), as açucaradas (melhor representante: I won't stand in your way - Stray Cats), as viajandonas (melhor representante: And so I know – Stone Temple Pilots) e as biscates (melhor representante: The beatiful people are ugly too – The Clash). Gosto quando elas assumem totalmente sua identidade, sem dar uma amenizada no meio do caminho. Por exemplo, não gosto quando pegam uma música pesada e colocam trechinhos melódicos no meio. Quero ouvir um rockão que dá vontade de sair quebrando tudo e atropelando todo mundo na rua. Balada boa é aquela que te faz arrepiar e seus olhos marejarem. Não é legal quando colocam um violãozinho safado, ou pior, uma batida eletrônica no meio. Um bom exemplo de música que vai caminhando para algo fodão, mas que acaba peidando na farofa é Sell out, do Reel Big Fish (a gurizada punk vai me matar por ter dito isso). Já que estou blasfemando, aqui vai mais uma: Bohemian rhapsody, do Queen (86) seria emocionante, não fosse o corinho no meio.
Minha história com a música começa no longínquo ano de 1982. Era o início de uma nova era para a humanidade. Nascia Tio Didi (que naquela época era chamado apenas “Didi”). Como a maioria das crianças eu não tinha artista preferido ou gosto musical definido. Talvez o New Kids On The Block na época do Rock In Rio II. Isso até 1991, quando o Fantástico mostrou o clipe de Black or White, com o Michael Jackson (104) parecido com a Vamp. O cara tava na praça a um tempão, mas só virei fã a partir dali. Comecei a acompanhar o Fantástico – o Show da Vida, sempre na esperança de uma possível estréia de um novo clipe do figura. Tinha uma fita K-7 do Michael que eu ouvia todos os dias enquanto fazia meu para casa. Também eu era daqueles que imitavam, dançando com a mão no saco e tudo mais. Mamãe morria de vergonha.
Em 1994 papai comprou TV a cabo lá pra casa. Eu via MTV pra caralho. Crazy, do Aerosmith (127), era a música que tava bombando. Depois que descobri que aquela era a terceira parte da trilogia Cryin/Amazing/Crazy, a banda do boca de caçapa passou a ser minha preferida. Sai Michael, entra Aerosmith. Eu era o único fã de rock no colégio. As FMs só tocavam house. Também gostava de Soudgarden, Stone Temple Pilots (164), Nirvana (102) e Guns n’ Roses (68). O Guns tocava na rádio desde que eu era criança, mas só fui prestar atenção mesmo depois da MTV. Kurt Cobain já tinha empacotado quase um ano, mas só fui saber quem era graças, novamente, à Music Television.
Pouco depois da morte do Kurt surgiu o Green Day (88). Sempre pensava comigo mesmo: “Engraçado, tanto o Green Day como o Nirvana têm uma coisa diferente das outras. Sei lá, uma falta de produção, uma simplicidade”. Hoje todos nós sabemos que aquilo, de um jeito ou de outro, era punk rock. Procurei em lojas de disco (lembra delas?) uma banda que tivesse som parecido com o do Green Day. Sai Aerosmith, entra NOFX (130), a primeira que conheci sem ajuda da MTV e bem antes de existir internet. É minha banda preferida faz uns 15 anos. Por essas e outras considero a década de 90 a melhor da música. Pudera, foi aí que vivi meus oito a 18 anos. A fase que a gente mais forma nossa identidade musical. A maioria das minhas bandas preferidas até hoje surgiu ou alcançou o auge nesta época.
Eu era um menino punkinho. Ou pelo menos achava que era. Mesmo assim, continuei secretamente gostando de Guns. Pensava que só iria revelar isso em meu leito de morte. Na época o NOFX fazia basicamente hardcore melódico. Talvez por isso até hoje eu considere o hc melódico um dos estilos mais adolescentes que existe. Ao contrário da maioria dos fãs de qualquer artista, não admiro meus ídolos da música por nada além da música propriamente dita. Pra dizer a verdade, Fat Mike, líder do NOFX, é um dos maiores idiotas que eu conheço no meio artístico.
Voltando para a música, para mim eles atingiram a grandiosidade depois, quando saíram do óbvio e passaram a variar em estilo e forma de mostrar o trabalho. Quantas bandas você pode dizer que vai ao show e reclama porque não estão tocando as músicas novas? Para se ter uma idéia, eles lançaram um hardcore de 18 minutos chamado The Decline. Isso muito antes do Green Day lançar o Jesus of Surubia. E melhor. Outra das minhas preferidas, The Living End, lançou a música The Room, também antes e com muito mais genialidade que o Dream Gay.
The Living End é outra que merece meu respeito. Conseguiu trazer inúmeras influências para o rockabilly, um dos estilos mais estagnados da música. Nos idos de 2000 eu escutava todos os dias o primeiro disco. Não é que, no ano seguinte, escuto o segundo disco e ele consegue ser mais pesado, mais elaborado, com músicas cheias de estruturas e, ironicamente, mais pop? Considero o disco Roll On como o melhor do rock ‘n’ roll de todos os tempos. Daí também saiu minha música preferida: Pictures in the mirror.
Engraçado como quanto mais velho a gente vai ficando mais retrógado fica nosso gosto. Ao contrário do que muitos pensam, sou até cabeça aberta. É verdade que 90% do que eu ouço é rock. E dentro disso uns 70% é a tríplice coroa punk/ska/rockabilly, essas coisas de moleque street punk da Savassi. Só faltou eu freqüentar a Savassi. Mas se você fala que a música de hoje é uma bosta, boa parte da culpa é sua. Do mesmo jeito que você tem bom gosto, um monte de gente também tem. É só pesquisar e não ficar só preso ao que a TV e o rádio tocam. Para mim o Avenged Sevenfold (65) é a melhor coisa que aconteceu para a música nestes últimos anos. Quem gosta de qualquer tipo de metal tem que conhecer. O problema é que, com um puta aspecto emo ridículo do caralho, as pessoas têm preguiça sem conhecer. Passei por cima disso, provando que não ligo tanto para o visual como vocês dizem.
Não tenho nada contra o que faz sucesso. O que não suporto é música feita com o intuito de ganhar dinheiro. Todos nós somos obrigados a fazer coisas que vão contra nossos princípios por causa do nosso trabalho. Mas acho que a classe artística tem que ser diferente. Arte tem que ser feita com a alma, com integridade. Por isso acho o pop rock tão desprezível quando o axé. Uma das coisas que mais respeito num artista é quando ele não fica refém da fórmula de sucesso. Para não causar mais polêmica, um exemplo do que eu estou falando: Chiclete com Banana. Desde que eu nasci fazem exatamente a mesma coisa. Duvido que alguém realmente goste de ouvir axé na cabeça por tantos anos a fio. E olha que os caras têm bom gosto. Salvo engano, começaram como cover do Led Zeppelin (19). Ou eles ou o Asa de Águia, sei lá. Se você é fã de alguma dessas, saia desta página agora. Tenho vergonha de ter leitores como você.
Quando o Faith No More (128) lançou o primeiro disco com o vocalista Mike Patton, atingiu o auge do sucesso comercial. Gerou a famigerada expectativa do segundo disco. O segundo foi um tapa na cara da grande mídia. Não tinha nada de funk rock. Essa atitude é muito foda. O Faith me proporcionou uma das maiores alegrias dos últimos tempos. 11 anos depois do fim, não é que os caras voltam para uma turnê e fazem um show na minha cidade? Fiquei bem na grade e pulei igual um macaco. Já fiz sucesso com uma ou outra gatinha pela minha semelhança com o vocalista. Pessoalmente, acho que sou mais bonito. No dia do show não foi diferente. Arrependi-me de não ter ido à caráter. Normalmente gosto de ser eu mesmo, mas naquele dia bem que podia ter aberto uma exceção.
Rancid fez sucesso fazendo ska punk pop pelos idos de 95. No disco sucessor, ao invés de pegarem carona, fazem algo totalmente grandioso e experimental. Alguns gostaram, mas a maioria achou que a banda tinha morrido. O fodão de tudo foi dois anos depois, quando lançaram um toscão de 22 músicas em 37 minutos. Mais tosco do que o primeiro disco da carreira deles. O Guns (68), depois dos grandiosos Use Your Illusion, com músicas pomposas e de grande duração, lançou um disco de covers punk.
Uau! Desde então este tornou o meu sonho: Ter uma banda, lançar um projeto megalomaníaco para os fãs puristas acharem que a banda perdeu sua essência. E ao mesmo tempo conquistar um público diferente. Logo depois, lançar um disco simples e direto, mostrando que a banda não perdeu a essência porra nenhuma. Não vou nem falar dos Beatles (111) que tiveram a coragem de mudar para o rock mais elaborado no auge da beatlemania.
Foi lá pelos 15, 16 anos de idade que entrei para as aulas de bateria. Um dia antes de começar a tocar eu tava vendo na televisão um show do Chico Science & Nação Zumbi (152). Pensei: “Agora sou um deles”. E virei mesmo. Nos anos em que fiz aula de bateria participei de um grupo de percussão com o infame nome de Movidos a Bateria. Original pra caralho. Passei por algumas bandas de um dia. De 1999 a 2002 fiz parte da sensacional Silent Bob & The Jay Jay’s. Fazíamos o bom e velho punk/ska/rockabilly. Merecia o primeiro lugar na lista das 180... Bem que um dos caras da finada banda podia ter a moral de botar um link aí. Pelos idos de 2007 formei uma chamada Ruy Balboa. Eu fazia as melodias, a poesia, etc. Não é de se estranhar que não tenha ido pra frente. Falando em ir pra frente, uma das maiores alegrias que tive nos últimos anos foi ter comprado uma cocktail drum. Minha cunhada a batizou de R2D2. Agora eu toco em pé igual o cara do Stray Cats (122), véi! Como se pode ver, assim como todo crítico, sou um músico frustrado.
Vamos fazer uma lista dos melhores músicos? Vocalista: Lars Frederiksen (Rancid). Consegue ser ao mesmo tempo agressivo e alegre, cantando aos solavancos. Não confunda com Tim Armstrong, o outro vocalista do Rancid. Esse tem a voz de quem tá com um caralho na boca. Guitarrista: Chris Cheney (The Living End). Faz tudo que o Brian Setzer do Stray Cats faz, porém com mais velocidade e peso. Baixista: Para a molecada só existem dois memoráveis no mundo. Para os fãs do rock MTV tem o Flea, do Red Hot Chili Peppers (33). Para os punkinhos tem o Matt Freeman (Rancid). Fico com o segundo time. Aliás, enquanto escrevia o presente texto, foi lançado o primeiro disco solo do Matt, tocando baixo acústico. Lindo demais. Apesar de bateria ser o meu instrumento, não tem som mais bonito do que o de um baixo acústico sendo devidamente esbofeteado. Sempre quis tocar com alguém que tivesse um.
Baterista: Nossa, são tantos. Sou suspeitíssimo para falar. Ah, bota aí o Bernie Dressel (The Brian Setzer Orchestra), vai. Mais fácil falar os ruins: Rodrigo Barba – Los Hermanos (118), Fabrizio Moretti – The Strokes (103) e Ringo Starr – Calypso (111). Apesar de achá-los ruins, prefiro suas respectivas bandas com eles. Não fossem eles, essas bandas teriam um som diferente e talvez não fossem tão boas. Sei que tinha dito que o Travis Barker, do Blink (92) era o melhor do punk. Ainda acho isso. Você pode não ser fã da banda, assim como eu não sou, mas só de o cara conseguir sair do óbvio neste estilo que limita muito os bateristas, já merece meu respeito. Tem forte influência das marching bands, aquelas dos intervalos de futebol americano.
Apesar de ter o rock e o humor como algumas das minhas principais características, odeio rock engraçadinho. Bem humorado é uma coisa, mas engraçadinho não. Uma que acho legal neste quesito é o Beatallica, que toca isso mesmo que você está pensando (111,109). Outra é Garotos Podres (131). Quando você ouve nem imagina que o vocalista é doutor em história. Como sei que meu gosto é peculiar, jamais me imponho ao fazer festinhas aqui em casa. Se insistirem para eu colocar uma coisa minha, ponho o Me First and the Gimme Gimmes. Um supergrupo que toca versões hardcore de músicas famosas. Não tem como errar.
Ficou com vontade de ouvir todas as bandas acima? Eu, pelo menos, fiquei. Eis abaixo a fabulosa lista das melhores bandas de rock do mundo. Esses negocinhos vermelhos aí são links para quem tá com preguiça de procurar no Youtube:
18- Tiger Army – psychobilly
Melhor música: The calling
17- Pink Floyd (63) – psicodelia
Melhor música: Eclipse
16- Michael Jackson (104) – rei do pop
Melhor música: They don’t care about us
15- 311 – funk rock
Melhor música: Use of time
14- Me First and the Gimme Gimmes – versões hardcore
Melhor música: End of the road
13- Stone Temple Pilots (164) – rock alternativo
Melhor música: Black again
12- Avenged Sevenfold (65) – metal
Melhor música: Almost easy
11- Stray Cats (122) – rockabilly
Melhor música: I won’t stand in your way
Minha história com a música começa no longínquo ano de 1982. Era o início de uma nova era para a humanidade. Nascia Tio Didi (que naquela época era chamado apenas “Didi”). Como a maioria das crianças eu não tinha artista preferido ou gosto musical definido. Talvez o New Kids On The Block na época do Rock In Rio II. Isso até 1991, quando o Fantástico mostrou o clipe de Black or White, com o Michael Jackson (104) parecido com a Vamp. O cara tava na praça a um tempão, mas só virei fã a partir dali. Comecei a acompanhar o Fantástico – o Show da Vida, sempre na esperança de uma possível estréia de um novo clipe do figura. Tinha uma fita K-7 do Michael que eu ouvia todos os dias enquanto fazia meu para casa. Também eu era daqueles que imitavam, dançando com a mão no saco e tudo mais. Mamãe morria de vergonha.
Em 1994 papai comprou TV a cabo lá pra casa. Eu via MTV pra caralho. Crazy, do Aerosmith (127), era a música que tava bombando. Depois que descobri que aquela era a terceira parte da trilogia Cryin/Amazing/Crazy, a banda do boca de caçapa passou a ser minha preferida. Sai Michael, entra Aerosmith. Eu era o único fã de rock no colégio. As FMs só tocavam house. Também gostava de Soudgarden, Stone Temple Pilots (164), Nirvana (102) e Guns n’ Roses (68). O Guns tocava na rádio desde que eu era criança, mas só fui prestar atenção mesmo depois da MTV. Kurt Cobain já tinha empacotado quase um ano, mas só fui saber quem era graças, novamente, à Music Television.
Pouco depois da morte do Kurt surgiu o Green Day (88). Sempre pensava comigo mesmo: “Engraçado, tanto o Green Day como o Nirvana têm uma coisa diferente das outras. Sei lá, uma falta de produção, uma simplicidade”. Hoje todos nós sabemos que aquilo, de um jeito ou de outro, era punk rock. Procurei em lojas de disco (lembra delas?) uma banda que tivesse som parecido com o do Green Day. Sai Aerosmith, entra NOFX (130), a primeira que conheci sem ajuda da MTV e bem antes de existir internet. É minha banda preferida faz uns 15 anos. Por essas e outras considero a década de 90 a melhor da música. Pudera, foi aí que vivi meus oito a 18 anos. A fase que a gente mais forma nossa identidade musical. A maioria das minhas bandas preferidas até hoje surgiu ou alcançou o auge nesta época.
Eu era um menino punkinho. Ou pelo menos achava que era. Mesmo assim, continuei secretamente gostando de Guns. Pensava que só iria revelar isso em meu leito de morte. Na época o NOFX fazia basicamente hardcore melódico. Talvez por isso até hoje eu considere o hc melódico um dos estilos mais adolescentes que existe. Ao contrário da maioria dos fãs de qualquer artista, não admiro meus ídolos da música por nada além da música propriamente dita. Pra dizer a verdade, Fat Mike, líder do NOFX, é um dos maiores idiotas que eu conheço no meio artístico.
Voltando para a música, para mim eles atingiram a grandiosidade depois, quando saíram do óbvio e passaram a variar em estilo e forma de mostrar o trabalho. Quantas bandas você pode dizer que vai ao show e reclama porque não estão tocando as músicas novas? Para se ter uma idéia, eles lançaram um hardcore de 18 minutos chamado The Decline. Isso muito antes do Green Day lançar o Jesus of Surubia. E melhor. Outra das minhas preferidas, The Living End, lançou a música The Room, também antes e com muito mais genialidade que o Dream Gay.
The Living End é outra que merece meu respeito. Conseguiu trazer inúmeras influências para o rockabilly, um dos estilos mais estagnados da música. Nos idos de 2000 eu escutava todos os dias o primeiro disco. Não é que, no ano seguinte, escuto o segundo disco e ele consegue ser mais pesado, mais elaborado, com músicas cheias de estruturas e, ironicamente, mais pop? Considero o disco Roll On como o melhor do rock ‘n’ roll de todos os tempos. Daí também saiu minha música preferida: Pictures in the mirror.
Engraçado como quanto mais velho a gente vai ficando mais retrógado fica nosso gosto. Ao contrário do que muitos pensam, sou até cabeça aberta. É verdade que 90% do que eu ouço é rock. E dentro disso uns 70% é a tríplice coroa punk/ska/rockabilly, essas coisas de moleque street punk da Savassi. Só faltou eu freqüentar a Savassi. Mas se você fala que a música de hoje é uma bosta, boa parte da culpa é sua. Do mesmo jeito que você tem bom gosto, um monte de gente também tem. É só pesquisar e não ficar só preso ao que a TV e o rádio tocam. Para mim o Avenged Sevenfold (65) é a melhor coisa que aconteceu para a música nestes últimos anos. Quem gosta de qualquer tipo de metal tem que conhecer. O problema é que, com um puta aspecto emo ridículo do caralho, as pessoas têm preguiça sem conhecer. Passei por cima disso, provando que não ligo tanto para o visual como vocês dizem.
Não tenho nada contra o que faz sucesso. O que não suporto é música feita com o intuito de ganhar dinheiro. Todos nós somos obrigados a fazer coisas que vão contra nossos princípios por causa do nosso trabalho. Mas acho que a classe artística tem que ser diferente. Arte tem que ser feita com a alma, com integridade. Por isso acho o pop rock tão desprezível quando o axé. Uma das coisas que mais respeito num artista é quando ele não fica refém da fórmula de sucesso. Para não causar mais polêmica, um exemplo do que eu estou falando: Chiclete com Banana. Desde que eu nasci fazem exatamente a mesma coisa. Duvido que alguém realmente goste de ouvir axé na cabeça por tantos anos a fio. E olha que os caras têm bom gosto. Salvo engano, começaram como cover do Led Zeppelin (19). Ou eles ou o Asa de Águia, sei lá. Se você é fã de alguma dessas, saia desta página agora. Tenho vergonha de ter leitores como você.
Quando o Faith No More (128) lançou o primeiro disco com o vocalista Mike Patton, atingiu o auge do sucesso comercial. Gerou a famigerada expectativa do segundo disco. O segundo foi um tapa na cara da grande mídia. Não tinha nada de funk rock. Essa atitude é muito foda. O Faith me proporcionou uma das maiores alegrias dos últimos tempos. 11 anos depois do fim, não é que os caras voltam para uma turnê e fazem um show na minha cidade? Fiquei bem na grade e pulei igual um macaco. Já fiz sucesso com uma ou outra gatinha pela minha semelhança com o vocalista. Pessoalmente, acho que sou mais bonito. No dia do show não foi diferente. Arrependi-me de não ter ido à caráter. Normalmente gosto de ser eu mesmo, mas naquele dia bem que podia ter aberto uma exceção.
Rancid fez sucesso fazendo ska punk pop pelos idos de 95. No disco sucessor, ao invés de pegarem carona, fazem algo totalmente grandioso e experimental. Alguns gostaram, mas a maioria achou que a banda tinha morrido. O fodão de tudo foi dois anos depois, quando lançaram um toscão de 22 músicas em 37 minutos. Mais tosco do que o primeiro disco da carreira deles. O Guns (68), depois dos grandiosos Use Your Illusion, com músicas pomposas e de grande duração, lançou um disco de covers punk.
Uau! Desde então este tornou o meu sonho: Ter uma banda, lançar um projeto megalomaníaco para os fãs puristas acharem que a banda perdeu sua essência. E ao mesmo tempo conquistar um público diferente. Logo depois, lançar um disco simples e direto, mostrando que a banda não perdeu a essência porra nenhuma. Não vou nem falar dos Beatles (111) que tiveram a coragem de mudar para o rock mais elaborado no auge da beatlemania.
Foi lá pelos 15, 16 anos de idade que entrei para as aulas de bateria. Um dia antes de começar a tocar eu tava vendo na televisão um show do Chico Science & Nação Zumbi (152). Pensei: “Agora sou um deles”. E virei mesmo. Nos anos em que fiz aula de bateria participei de um grupo de percussão com o infame nome de Movidos a Bateria. Original pra caralho. Passei por algumas bandas de um dia. De 1999 a 2002 fiz parte da sensacional Silent Bob & The Jay Jay’s. Fazíamos o bom e velho punk/ska/rockabilly. Merecia o primeiro lugar na lista das 180... Bem que um dos caras da finada banda podia ter a moral de botar um link aí. Pelos idos de 2007 formei uma chamada Ruy Balboa. Eu fazia as melodias, a poesia, etc. Não é de se estranhar que não tenha ido pra frente. Falando em ir pra frente, uma das maiores alegrias que tive nos últimos anos foi ter comprado uma cocktail drum. Minha cunhada a batizou de R2D2. Agora eu toco em pé igual o cara do Stray Cats (122), véi! Como se pode ver, assim como todo crítico, sou um músico frustrado.
Vamos fazer uma lista dos melhores músicos? Vocalista: Lars Frederiksen (Rancid). Consegue ser ao mesmo tempo agressivo e alegre, cantando aos solavancos. Não confunda com Tim Armstrong, o outro vocalista do Rancid. Esse tem a voz de quem tá com um caralho na boca. Guitarrista: Chris Cheney (The Living End). Faz tudo que o Brian Setzer do Stray Cats faz, porém com mais velocidade e peso. Baixista: Para a molecada só existem dois memoráveis no mundo. Para os fãs do rock MTV tem o Flea, do Red Hot Chili Peppers (33). Para os punkinhos tem o Matt Freeman (Rancid). Fico com o segundo time. Aliás, enquanto escrevia o presente texto, foi lançado o primeiro disco solo do Matt, tocando baixo acústico. Lindo demais. Apesar de bateria ser o meu instrumento, não tem som mais bonito do que o de um baixo acústico sendo devidamente esbofeteado. Sempre quis tocar com alguém que tivesse um.
Baterista: Nossa, são tantos. Sou suspeitíssimo para falar. Ah, bota aí o Bernie Dressel (The Brian Setzer Orchestra), vai. Mais fácil falar os ruins: Rodrigo Barba – Los Hermanos (118), Fabrizio Moretti – The Strokes (103) e Ringo Starr – Calypso (111). Apesar de achá-los ruins, prefiro suas respectivas bandas com eles. Não fossem eles, essas bandas teriam um som diferente e talvez não fossem tão boas. Sei que tinha dito que o Travis Barker, do Blink (92) era o melhor do punk. Ainda acho isso. Você pode não ser fã da banda, assim como eu não sou, mas só de o cara conseguir sair do óbvio neste estilo que limita muito os bateristas, já merece meu respeito. Tem forte influência das marching bands, aquelas dos intervalos de futebol americano.
Apesar de ter o rock e o humor como algumas das minhas principais características, odeio rock engraçadinho. Bem humorado é uma coisa, mas engraçadinho não. Uma que acho legal neste quesito é o Beatallica, que toca isso mesmo que você está pensando (111,109). Outra é Garotos Podres (131). Quando você ouve nem imagina que o vocalista é doutor em história. Como sei que meu gosto é peculiar, jamais me imponho ao fazer festinhas aqui em casa. Se insistirem para eu colocar uma coisa minha, ponho o Me First and the Gimme Gimmes. Um supergrupo que toca versões hardcore de músicas famosas. Não tem como errar.
Ficou com vontade de ouvir todas as bandas acima? Eu, pelo menos, fiquei. Eis abaixo a fabulosa lista das melhores bandas de rock do mundo. Esses negocinhos vermelhos aí são links para quem tá com preguiça de procurar no Youtube:
18- Tiger Army – psychobilly
Melhor música: The calling
17- Pink Floyd (63) – psicodelia
Melhor música: Eclipse
16- Michael Jackson (104) – rei do pop
Melhor música: They don’t care about us
15- 311 – funk rock
Melhor música: Use of time
14- Me First and the Gimme Gimmes – versões hardcore
Melhor música: End of the road
13- Stone Temple Pilots (164) – rock alternativo
Melhor música: Black again
12- Avenged Sevenfold (65) – metal
Melhor música: Almost easy
11- Stray Cats (122) – rockabilly
Melhor música: I won’t stand in your way
10- Guns n’ Roses (68) – hard rock
Melhor música: Double talkin’ jive
9- Ramones (79) – punk
Melhor música: The job that ate my brain
8- The Brian Setzer Orchestra – swing
Melhor música: The dirty boogie
7- Madness – pop ska
Melhor música: Lovestruck
6- Faith No More (128) – metal alternativo
Melhor música: The gentle art of making enemies
5- The Clash (151) – rock
Melhor música: Rock the casbah
4- Rancid – street punk
Melhor música: Bloodclot
3- The Living End – punkabilly
Melhor música: Pictures in the mirror
2- NOFX (130) – skate punk
Melhor música: Freedom like a shopping cart
1 - The Beatles (111) – axé
Melhor música: A day in the life
É isso. Gostaria de agradecer a todos meus detratores por me proporcionarem um dos textos mais prazerosos de escrever. Apesar de considerar o NOFX minha banda preferida, Beatles é um caso a parte. De um lado tem as bandas que eu gosto e de outro, os Beatles. Considerada a maior banda de todos os tempos, merece totalmente o posto que ocupa. Faz direta e indiretamente parte da vida de quase todo mundo. Brian Setzer conseguiu a proeza de figurar com o Stray Cats e o Brian Setzer Orchestra em minha lista. Ia colocar as duas na mesma posição, com uma barra no meio. Mas têm estilos tão diferentes que cada uma merecia destaque. Acredito que a lista e tudo que foi escrito acima justifiquem toda a merda que andei falando nos últimos meses. Se ainda não concorda comigo, tomara que você morra de câncer.
Ainda mostrando como imagem é sim importante, ilustrei a postagem com algo totalmente inocente que eu sempre quis rankear: As melhores capas de disco. Percebe-se que houve certo padrão na escolha. Gostaria que vocês comentassem e dissessem quais ficaram faltando. Aliás, sugiro que cada um faça a própria lista das melhores bandas e coloque nos comentários. É bom saber o perfil dos leitores do Abatedourus. Acredito piamente que você é o que você escuta.
A idéia que tenho de o que é rock é a mais boba e simplória de todas. Tem baixo, guitarra e bateria: Beibe, é rock. Se a guitarra for distorcida então, não tem o que discutir. Por isso não entendi gente falando que Planet Hemp (163) e Mamonas Assassinas (106) não são rock. São o que então, bonitão? Além disso, toda música pop feita da década de 50 para cá eu considero como um subgênero do rock, também. Por isso tantas bandas aparentemente nada a ver na lista das piores. Se colocasse um título mais abrangente como “As piores bandas da música”, ia ter de colocar uma caralhada de axé music no meio, o que ia ser muita forçação de barra.
Antes de eu ir embora, um pouquinho de rancor que sobrou. Dia desses eu tava na comunidade do Avenged Sevenfold (65) quando vi o tópico “As piores bandas de rock do mundo”. Pensei: “Interessante, alguém mais fez uma lista”. Qual não foi a surpresa ao saber que há desconhecidos meus fazendo propaganda do Abatedourus na praça. Havia mais de 80 comentários quando, pela segunda vez, apagaram o tópico por ter virado motivo de discórdias. Colocaram link pro meu perfil e tudo mais. Neguinho falou mal até do meu cavanhaque de pegar mulher. Depois quem preocupa com o visual sou eu. Dia seguinte eu percebo que tem um bando de fãs do Linkin Park (29) visitando meu perfil. Fui na comunidade deles ver o que estava acontecendo. Não é que tinha outra pessoa fazendo propaganda lá também?
A quem criticou por ter colocado artistas solo numa lista de bandas, só posso mandar ir chupar um pinto de jegue. Como se artistas solo realmente tocassem todos os instrumentos num disco. Melhor: Como se a maioria dos grupos, apesar do nome de banda, não passasse de projetos solo de seus respectivos vocalistas. “É muito fácil fazer crítica baseando-se em gosto pessoal”. É claro que a crítica é baseada no meu gosto pessoal, seu viado. O blog leva a porra do meu nome. Talvez eu devesse ter colocado o título: “As 180 piores bandas e artistas solo de rock e outros estilos, mas principalmente rock, do mundo na opinião de Tio Didi, que, por sinal, é autor deste blog”. Agora chega de polêmica. Semana que vem falaremos sobre religião.
Melhor música: Double talkin’ jive
9- Ramones (79) – punk
Melhor música: The job that ate my brain
8- The Brian Setzer Orchestra – swing
Melhor música: The dirty boogie
7- Madness – pop ska
Melhor música: Lovestruck
6- Faith No More (128) – metal alternativo
Melhor música: The gentle art of making enemies
5- The Clash (151) – rock
Melhor música: Rock the casbah
4- Rancid – street punk
Melhor música: Bloodclot
3- The Living End – punkabilly
Melhor música: Pictures in the mirror
2- NOFX (130) – skate punk
Melhor música: Freedom like a shopping cart
1 - The Beatles (111) – axé
Melhor música: A day in the life
É isso. Gostaria de agradecer a todos meus detratores por me proporcionarem um dos textos mais prazerosos de escrever. Apesar de considerar o NOFX minha banda preferida, Beatles é um caso a parte. De um lado tem as bandas que eu gosto e de outro, os Beatles. Considerada a maior banda de todos os tempos, merece totalmente o posto que ocupa. Faz direta e indiretamente parte da vida de quase todo mundo. Brian Setzer conseguiu a proeza de figurar com o Stray Cats e o Brian Setzer Orchestra em minha lista. Ia colocar as duas na mesma posição, com uma barra no meio. Mas têm estilos tão diferentes que cada uma merecia destaque. Acredito que a lista e tudo que foi escrito acima justifiquem toda a merda que andei falando nos últimos meses. Se ainda não concorda comigo, tomara que você morra de câncer.
Ainda mostrando como imagem é sim importante, ilustrei a postagem com algo totalmente inocente que eu sempre quis rankear: As melhores capas de disco. Percebe-se que houve certo padrão na escolha. Gostaria que vocês comentassem e dissessem quais ficaram faltando. Aliás, sugiro que cada um faça a própria lista das melhores bandas e coloque nos comentários. É bom saber o perfil dos leitores do Abatedourus. Acredito piamente que você é o que você escuta.
A idéia que tenho de o que é rock é a mais boba e simplória de todas. Tem baixo, guitarra e bateria: Beibe, é rock. Se a guitarra for distorcida então, não tem o que discutir. Por isso não entendi gente falando que Planet Hemp (163) e Mamonas Assassinas (106) não são rock. São o que então, bonitão? Além disso, toda música pop feita da década de 50 para cá eu considero como um subgênero do rock, também. Por isso tantas bandas aparentemente nada a ver na lista das piores. Se colocasse um título mais abrangente como “As piores bandas da música”, ia ter de colocar uma caralhada de axé music no meio, o que ia ser muita forçação de barra.
Antes de eu ir embora, um pouquinho de rancor que sobrou. Dia desses eu tava na comunidade do Avenged Sevenfold (65) quando vi o tópico “As piores bandas de rock do mundo”. Pensei: “Interessante, alguém mais fez uma lista”. Qual não foi a surpresa ao saber que há desconhecidos meus fazendo propaganda do Abatedourus na praça. Havia mais de 80 comentários quando, pela segunda vez, apagaram o tópico por ter virado motivo de discórdias. Colocaram link pro meu perfil e tudo mais. Neguinho falou mal até do meu cavanhaque de pegar mulher. Depois quem preocupa com o visual sou eu. Dia seguinte eu percebo que tem um bando de fãs do Linkin Park (29) visitando meu perfil. Fui na comunidade deles ver o que estava acontecendo. Não é que tinha outra pessoa fazendo propaganda lá também?
A quem criticou por ter colocado artistas solo numa lista de bandas, só posso mandar ir chupar um pinto de jegue. Como se artistas solo realmente tocassem todos os instrumentos num disco. Melhor: Como se a maioria dos grupos, apesar do nome de banda, não passasse de projetos solo de seus respectivos vocalistas. “É muito fácil fazer crítica baseando-se em gosto pessoal”. É claro que a crítica é baseada no meu gosto pessoal, seu viado. O blog leva a porra do meu nome. Talvez eu devesse ter colocado o título: “As 180 piores bandas e artistas solo de rock e outros estilos, mas principalmente rock, do mundo na opinião de Tio Didi, que, por sinal, é autor deste blog”. Agora chega de polêmica. Semana que vem falaremos sobre religião.