terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Um maluco muito louco II - mais pirado ainda

O meu quarto na faculdade era uma bagunça. Eu tinha que dividir o alojamento com outros quatro nerds, alguns deles ainda virgens, loucos para transar. Éramos verdadeiros perdedores, e sempre éramos humilhados pelos mauricinhos das fraternidades.
Os caras das fraternidades me lembravam muito os amigos do Troy. Só queriam saber de tomar cerveja e transar. Isso foi até eu liderar uma revolta contra eles e mostrar o poder nerd, numa competição que misturava força física e conhecimentos gerais. Como o cérebro também é um músculo, acabamos sobressaindo. Eventualmente, vimos que a rivalidade não nos levava a nada e acabamos unindo forças.
Estava tão feliz que resolvi ir para Berkeley visitar minha namorada. Havia um problema: Eu tinha perdido o número de Julia. Era 555 alguma coisa. Que se dane! Ia fazer uma visita surpresa! Fazia muitos meses que não a via. Fui feliz, com um buquê e uma caixa de bombons em formato de coração nas mãos. Ao bater na porta do alojamento dela, quem me atende é um homem.
- Pois não, parceiro. Quer falar com quem?
- Desculpe-me, acho que bati na porta errada. Estou procurando o quarto de Julia Clark.
Foi só eu falar que eu vejo no fundo do apartamento Julia saindo do banheiro. Percebi o que estava acontecendo. Joguei o buquê e a caixa de bombons lá e me encaminhei para o aeroporto. Ia pegar o primeiro avião de volta para Baltimore.
- Brian, espere. Deixe-me explicar o que está acontecendo. Muita coisa aconteceu nesses últimos meses.
Fiquei por muito tempo arrasado. Mesmo depois da faculdade, ainda não conseguia me esquecer de Julia. Ia todos os dias para o bar para beber e ver “futebol” pela TV com os rapazes. Nunca mais me relacionei seriamente com ninguém. Quando me sentia solitário, ia para uma casa de strip-tease qualquer. Nessas casas, as moças usavam biquinis brilhantes, mas só tiravam a parte de cima deles. Talvez preservassem o fio dental para que nós pudéssemos colocar lá os nossos dólares. Até mesmo as minhas reuniões de negócios eram feitas nessas boates.
Sr. Johnson, meu ex-treinador do colégio tinha ganhado na loteria e comprado uma agência de publicidade. Foi através dele que eu consegui meu primeiro emprego:
-Rapaz, vou te dar esta oportunidade porque você me lembra a mim mesmo quando tinha a sua idade. Tinha esta mesma determinação.
Eu era o melhor publicitário da minha agência. Parecia um trabalho muito fácil para mim: Bastava criar uma frase esperta e o trabalho estava feito. Mas não sei de onde me veio, anos depois, uma saudade tremenda da Julia, que começou a influenciar seriamente no meu trabalho. Todas as frases "espertas" passaram a ser depressivas e tinham a ver com Julia. Sr. Johnson:
- Brian, segunda-feira temos aquela reunião com a Ashmin & Inga. Uma conta de 200 mil dólares. Não podemos perder de jeito nenhum! Eu não preciso de você todo depressivo trabalhando para mim. Quero que você se recomponha e volte a ser aquele Brian de quando começou a trabalhar para mim. Se tudo der certo, te dou uma sala ao lado da minha.
Mas não adiantava. Estava tão desnorteado que botei tudo a perder. Ainda mais depois que eu reencontrei Philip, meu amigo de escola, na agência. Ele também era publicitário, mas estava agora totalmente mudado. Havia se tornado um prepotente bonachão. Sr. Johnson:
- Brian, quero que coloque tudo da sua escrivaninha nesta caixa. Amanhã ela será de Philip Taylor.
Meu mundo estava desmoronando. Todos meus amigos me falavam: Vai ficar aí sentindo pena de si mesmo ou vai reaver a seu emprego e sua garota? Preferia sentir pena de mim mesmo. O que eu fiz para dar mais emoção à minha vida foi me mudar para Beverly Hills.
Desisti da publicidade e entrei para o FBI. Queria combater o crime na cidade. Agora as pessoas se referiam a mim como o agente Carter. O meu parceiro era Oliver collins, um negro. Nós éramos viciados em rosquinhas. E, apesar de trabalharmos o mesmo tanto e termos a mesma patente de muitos outros, nossa vida era um lixo, enquanto alguns colegas nossos pareciam ser bem de vida e frequentavam a alta roda.
Embora eu tivesse a patente de sargento, eu não andava uniformizado. Alguns de meus colegas andavam, mas eu não. Pode parecer inadequado, mas eu preferia correr atrás dos criminosos usando terno. Nem minha viatura era igual a da cavalaria da polícia. A única coisa que me caracterizava como policial era o distintivo e a luz vermelha em cima do carro. Carro este que nem placa tinha. Assim como a minivan de meu pai.
Apesar de aquela banheira não parecer apropriada para perseguições, consegui pegar vários bandidos usando ela. A não ser uma vez que corri atrás de Troy, meu arquiinimigo, desde os tempos de colegial. Persegui ele pela cidade inteira fazendo manobras altamente arriscadas. Quando ele pulou com seu carro da ponte móvel, tive que criar coragem, mas pulei atrás dele. Estava bem em sua cola, mas o perdi de vista quando ele cruzou a linha do trem. Foi só ele passar que o trem veio logo atrás.
- Droga!
O Sr. Johnson agora tinha se tornado chefe de polícia. E veio chefiar justamente no meu distrito. Parecia perseguição. Por falar em perseguição, foi por causa dos estragos que fiz na cidade perseguindo Troy Anderson que ele me tomou a arma e o distintivo.
Meu vício de boates de strip-tease nunca parou. Até mesmo as reuniões à paisana com os criminosos durões eram feitas nelas. Bem, pelo menos até o dia que descobri que Wendy Robinson dançava em uma dessas boates. A garota mais popular da escola, quem diria, tinha se transformado em uma prostituta. Troy Anderson, seu ex-namorado, tinha se tornado um dos maiores chefes do crime da cidade e era preciso que ela testemunhasse contra ele. Assumi o caso, pois aquele era pessoal. O Sr. Johson:
- Carter, eu quero você fora disso. Você não faz mais parte da corporação! Se eu souber que você se meteu neste caso, eu pessoalmente mando meus homens prendê-lo por atrapalhar as investigações!
Não tinha como. Estava envolvido até o pescoço. Fui à várias boates com uma foto do livro do ano de Wendy:
- Você conhece essa moça?
- Olha, nunca vi essa moça não.
- Tem certeza? Olhe bem. Deixe-me pagar pela sua bebida.
- Olha, cara. Estou começando a me lembrar.
- Que tal cinqüenta pratas?
- Oh sim. Agora eu me lembrei. Wendy Robinson. Ela dança na The Roxy.
Tive que sair para a boate correndo, pois sabia que Troy estava a caminho para raptá-la. Chegando lá, encontrei seus capangas. Ao fundo, Troy estava de costas, alisando seu gatinho de estimação. De repente, ele se vira:
-Brian Carter! Finalmente nos encontramos de novo! Homens! Peguem ele!
Como a boate era toda formada de espelhos, isso favoreceu para que eu os enganasse usando truques de ótica. Houve uma luta que parecia coreografada. O tiroteio que destruiu toda a boate. Eram mesas reviradas e peitos para todo lado. Na época, eu estava tendo um caso proibido com a doutora Chase, da corregedoria. Foi quando eu fiquei sabendo que Julia ia se casar com um cara que tinha acabado de conhecer. Eu não podia deixar isso acontecer. Viajei para o Hawaii, onde o casamento ia acontecer, na beira da praia. Uma série de contratempos aconteceu no meio do caminho. Por exemplo, perderam a minha mala. Achei que não fosse chegar para parar a cerimônia a tempo. Eu precisava dizer à Julia o quanto eu a amava. Chegando no local do casamento, pude ouvir de longe o padre: - Quem tiver algo a dizer que possa desunir este casal fale agora ou cale-se para sempre.
- Eu tenho!
Disse isso meio esbaforido, com a aparência abatida. Dentre um burburinho podia-se ouvir os convidados: “Quem é esse cara?”. Fui avançando no corredor, enquanto dizia:
- Julia, não se case com ele. Será o maior erro de sua vida. Eu amo você. Sempre amei.
Ela ficou abalada com a minha declaração. Assim como fiquei abalado pela declaração dela no baile de formatura. Todos ficaram achando que não ia ter casamento. Engano deles. Aproveitei a cerimônia e me casei com Julia ali mesmo.
Pouco tempo depois tivemos uma filha. Mas o trabalho na polícia me tomava todo o tempo. Julia sempre reclamava que eu não tinha tempo para a família. Tivemos uma grande briga no dia que eu disse que estaria em casa, mas acabei perdendo o aniversário da nossa pequena Marie. Como nossa relação estava se desgastando, acabei prometendo a ela que ia me aposentar. Já até tinha comprado nossa passagem para uma viajem nos Poconos.
Sim, mas no meu último dia de trabalho, fico sabendo que meu parceiro Oliver morreu nas mãos de Troy. Tinha que vingar a morte dele. Eu devia estar em casa para o jantar ás seis. Julia estava preparando o jantar quando minha filhinha disse:
- Mãe, olha o papai na televisão.
Eu tinha aparecido no noticiário do canal 6 no meio de uma explosão e um monte de carros revirados. Foi o suficiente para que a gente se separasse. Marie cresceu me odiando. Nunca respondia aos meus telefonemas. Troy Anderson foi preso por onze anos. Mas, durante todo o tempo que esteve na cadeia, alimentou sua sede de vingança. Quando saiu da prisão, usava um tapa-olho. Colocou a bomba em um aeroporto e seqüestrou a minha filha, que agora tinha 16 anos. Nos encontrávamos no terraço de um prédio alto da cidade. A noite era chuvosa.
- Hum, um verdadeiro dilema não, senhor Carter? Salvar a vida de milhares de inocentes ou ficar aqui e brigar comigo?
Escolha difícil, mas tive que brigar com ele, afinal de contas, ele estava com a minha filha. Filha esta que ainda achava seu velho pai patético. Troy estava tão certo de que eu não sairia da briga vivo que me contou todo seu plano, arquitetado enquanto ainda estava na prisão. Realmente achei que fosse morrer no momento em que ele me jogou da sacada do prédio. Felizmente, pude me pendurar em um gárgula. Troy apontou a arma para mim:
- Adeus, senhor Carter! Te vejo no inferno!
Mas, de repente, ele parou e caiu no chão. Minha filha Marie tinha conseguido pegar sua arma e dar-lhe um tiro nas costas. Nos abraçamos e eu liguei para a central para avisar aos policiais que a bomba se encontrava no banheiro do terceiro andar do aeroporto. Lá embaixo do prédio já estava cheio de carros dos bombeiros, ambulâcia e polícia. Eu estava sendo levado numa maca para dentro de um veículo destes quando vi minha ex-mulher Julia. Disse a ela:
- Será que um idiota ainda tem direito a uma segunda chance?
- Oh Brian, você sempre teve.
Também estava lá presente o Sr. Johnson:
- Carter, e então? Te vejo segunda?
- O senhor pode ter certeza que sim!

6 Comentários:

Édio Azevedo disse...

Olha, pensando melhor, eu já vi esse filme sim. Mas,como sempre, o primeiro sempre é melhor.

Tio Didi disse...

Sim. A sequência quase sempre não passa de um caça-níqueis.

Unknown disse...

Eu não disse q o pobre Brian ia ter uma surpresa triste??
É acho q já vi esse filme tbem.

Bjus

*Robertinha* disse...

acho que esse texto me lembra alguma coisa...

Rafaela Toldo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rafaela Toldo disse...

Reviravoltas emocionantes... sinto que ainda vou ver esse filme na sessão da tarde!

Ah...e o bigodinho é de mentira e eu não acho bonito, só engraçado...já as tranças são de verdade e a mulher lá acha bonito!!!! ;P

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