terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Um maluco muito louco

Olá, meu nome é Brian Carter. A minha história começa na pequena cidade de Spring Valley, no interior de Minesota. Uma cidade igual qualquer outra americana. Casas iguais, ruas iguais, famílias iguais. Desde a infância, meus melhores amigos sempre foram Philip Taylor e Julia Clark. Philip era o típico perdedor. Um fanático por computadores que usava óculos. Julia era o tipo de garota sem muitas vaidades. Se vestia como um menino e usava boné.
Éramos inseparáveis vizinhos de porta. Pegávamos o ônibus para a escola juntos. Às tardes, íamos de bicicleta até o mercadinho tomar Slurpees juntos. Nos finais de semana, nossos pais faziam churrasco e nossas famílias se juntavam. Chamávamos de churrasco, apesar de ter apenas hamburguer e cachorro quente nele. Nele, nossos pais viviam disputando quem era melhor de vida. Se os Clarks comprassem uma TV nova, os Taylor compravam um home theater. Se os Taylor comprassem um pinheiro enorme para a decoração do natal, meu pai comprava um maior, e ainda botava umas renas e um trenó no nosso quintal. Por falar em quintal, o meu sempre precisava de uma aparada. Meu pai me pagava dez dólares para fazer isso uma vez por semana.
Ninguém na minha escola falava palavrão e todos tinham a aparência dez anos mais velha do que realmente eram. Apesar de extremamente fúteis, eram todos fisicamente bonitos. Inclusive Ashmin, o intercambista, que ninguém sabia de que país veio. E ninguém estava preocupado em descobrir, também. Talvez não tivesse o mesmo charme de Inga, a exótica intercambista sueca, que fez um topless gratuito para todos logo na primeira semana dela em nosso país.
No almoço, que estranhamente era servido com leite, cada grupo tinha seu lugar no refeitório. Quem era novato sofria para arranjar um lugar. Todos falavam que a mesa já estava toda ocupada. E eles acabavam tendo que sentar com pessoas como Philip, Julia e eu. Cara, eu odiava a escola. Principalmente as aulas de educação física. O treinador Johnson realmente pegava pesado com a gente. Alíás, o senhor Johnson também nos dava aula de matemática, onde também era um carrasco. Acho que ele precisava de uma namorada.
Por falar em namorada, uma das poucas coisas que me faziam querer ir para a aula era poder olhar para Wendy Robinson. Ela era a mulher dos meus sonhos, desde criancinha. Sempre fui apaixonado por ela, mas ela sequer sabia meu nome. Cara, ela era uma tremenda gata: Loira, olhos azuis, cara de boneca e corpo escultural. Eu tinha até um diário, onde eu escrevia poemas e colocava as fotos dela, que eu recortava dos livros do ano. Julia e Philip já estavam ficando cansados de tanto me ouvir falar na Wendy.
Wendy tinha só um probleminha: Só saía com atletas ou caras que tivessem carrões. Como eu nunca consegui fazer parte do time de beisebol ou “futebol” do colégio, e dirigia a minivan do meu pai, ela nunca olhou para mim. Ela namorava Troy Anderson, um bobalhão troglodita que, assim como seus companheiros, usavam jaqueta verde com os braços bege.
Os companheiros de Troy sempre abusavam dos perdedores no colégio. Uma vez prenderam Philip dentro do armário. Se um deles se sentasse à sua mesa na hora do almoço, pode ter certeza de que você sairia de lá com um “me chute” nas costas. Todos eles só queriam saber de transar. Levavam garotas para a cama e, no dia seguinte, fingiam que nem as conheciam. O importante era o número.Tinham até um ranking onde disputavam quem tinha levado mais garotas.
O lugar perfeito para que isso acontecesse eram nas festas que faziam quando seus pais viajavam. Todos se embebedavam tomando cerveja em copos vermelhos por fora e brancos por dentro. Pessoas como Philip, Julia e eu nunca eram chamados para essas festas. Ao invés disso, ficávamos do lado de fora, observando o que os populares do colégio faziam.
Foi numa festa na casa de Troy que aconteceu. Troy tinha desaparecido da festa juntamente com Juliette Hover, melhor amiga de Wendy. Estavam no andar de cima dando uns malhos no quarto dos pais de Troy. E eu tinha visto tudo. Vendo Wendy preocupada, procurando pelo namorado, não pude deixar daquele jeito. Era a minha oportunidade. Deixei meus amigos e invadi a festa. Peguei Wendy pelo braço e a levei para o até o quarto de cima.
- Ei, o que está fazendo? Me largue!
- Wendy, você não me conhece, mas eu não posso deixar você passar por isso.
Abri a porta do quarto e lá estava Troy aos beijos com Juliette, que usava apenas um soutien azul. Troy disse:
- Calma, Wendy. Amor, não é isso que você está pensando!
Wendy não disse nada. Apenas saiu correndo da festa. Troy, ao invés de sair correndo atrás dela, preferiu tirar satisfações comigo.
- Carter é o seu nome, não é? Brian Carter. Escute, porque você mete o nariz onde não é chamado? Escute, a Wendy é minha, entendeu? Minha! Volte para seus amiguinhos que ficam nos observando de longe durante nossas festas.
Não aguentei aquilo e dei um soco no nariz de Troy. Ele disse:
- Eu vou matar você!
Eu saí correndo dali e, graças a Deus, na hora que eu estava saindo, os pais de Troy estavam chegando:
- Mãe! Pai! Achei que vocês só chegariam de viagem amanhã!
Do lado de fora, encontrei Wendy, que ia para casa a pé:
- Foi legal o que você fez por mim lá dentro. Obrigada. Carter, não é? Acho que fazemos aula de química juntos.
- Vo-você sabe meu nome?
- Sabe, eu não sei por que sempre namoro com caras como o Troy. Caras bonitões e ricos. Depois acabam se revelando uns canalhas. Por que será que eu nunca fico com caras como você?
- Ca-caras como eu? Feios e pobres?
- Sabe o que quis dizer.
Estávamos aproximando o rosto um do outro, quase nos beijando, quando aparece Philip:
- Cara, fiquei preocupado com você. Você está legal?
- Sim.
Wendy interrompeu:
- Você me dá licença um pouquinho, que eu tenho um assunto ainda a tratar com Carter.
Me levou para um canto e disse:
- Me diz uma coisa: Você já tem quem levar ao baile de formatura?
- Eu? Eu nem vou ao baile.
- Agora vai. Porque você vai me levar.
Eu não podia acreditar naquilo. Era meu sonho se tornando realidade. Mas eu não podia enfrentar aquilo sozinho. Meus amigos tinham que ir para me dar apoio. Tive que convencê-los. Julia disse:
- Mas eu nem tenho vestido. E acho que nenhum de vocês dois tem um smoking.
- Isso a gente pode providenciar.
Fomos à várias lojas de roupas. Testamos umas vinte roupas diferentes cada um de nós. Inclusive umas que aparentemente não tinham nada a ver com nosso propósito, como óculos escuros e cartolas. Apesar do grande número de roupas provadas, tudo parece ter tido o mesmo tempo de duração de um punk pop. Aliás, essa foi a trilha sonora da nossa aventura na loja de roupas.
O baile começou legal. O Smash Mouth foi tocar no nosso colégio. Mas teve uma coisa errada. Durante o baile, Wendy se revelou uma pessoa totalmente egocêntrica e superficial. Mas o que eu podia fazer? Ela era a mulher dos meus sonhos.
O que eu não pude acreditar foi quando entraram pela porta Julia, acompanhada de Philip. Cara, eu nunca tinha visto Julia dequele jeito. Na verdade, tudo que ela tinha feito foi soltar o cabelo e tirar os óculos, mas parecia que ela tinha se transformado totalmente. Estava um arraso. Tive que tirá-la para dançar. Durante a dança, vi ela com outros olhos. Acabei beijando minha melhor amiga durante uma música lenta.
O fim do baile foi meio estranho. Julia confessou que sempre foi apaixonada por mim. Ela se mordia de raiva todas as vezes que eu ficava falando da Wendy. Puxa, o amor da minha vida sempre esteve bem na minha frente e eu nem percebi. Aquilo foi inesperado. Assim como foi inesperado ver juntos no final do baile Troy e Juliette, Ashmin e Inga, Philip e Wendy. O diretor interrompeu a banda para anunciar os rei e rainha do baile:
- Brian Carter e Julia Clark.
Nossas fotos ficaram lindas no livro do ano. Ficamos juntos, curtindo nosso namoro todos os dias, até irmos para a faculdade. Eu foi estudar publicidade em Brown e ela, estudar arte em Berkeley. Continuamos o namoro, só que agora a gente se falava mais pela internet.
Haverá continuação...

6 Comentários:

Édio Azevedo disse...

Eu acho que eu já vi esse filme. Mas não me lembro da continuação.

Tio Didi disse...

Vai passar aqui semana que vem.

Rafaela Toldo disse...

Ai meus 14 anos...ehehehehe
Mto bom...depois da "bronca" do outro post, vou comentar sempre!

Unknown disse...

Bicho,vc copiou o roteiro de barrados no baile..Essa historia nunca aconteceria em lagoa,né santa?

Unknown disse...

Pelo menos este texto foi com final feliz.Agora o próximo, aposto q nao vai ter.Coitado do Brian Carter.
Huahuahua...

Tio Didi disse...

Filmes sempre têm finais felizes.

  ©Template by Dicas Blogger.

TOPO